Lesões no Tendão de Aquiles

LESÕES NO TENDÃO DE AQUILES por Cristiano Frota de Souza Laurino

As O tendão de Aquiles ou tendão calcâneo é o maior tendão do corpo humano e pode suportar forças superiores a 450 kg. As lesões nos tendões representam 30 a 50 % de todas as lesões esportivas e o tendão de aquiles (tendão calcâneo) é o mais freqüentemente rompido entre os atletas profissionais ou de fins de semana.
Tendinopatia significa “doença do tendão” e abrange as paratendinites (inflamações do paratendão, envoltório do tendão) e as tendinoses (degenerações do tendão).

As tendinites de Aquiles são geralmente freqüentes em corredores e em torno de 50% destes apresentam os sintomas bilateralmente. As tendinoses são mais freqüentes nos indivíduos entre 30 e 45 anos de idade e associam-se geralmente com a sobrecarga ao longo dos anos de treinamento.
Um tendão normal pode suportar cargas de 50 a 100 N/m2, bem como ser estirado até 4 % de seu comprimento total sem evidências de lesão. As lesões localizam-se preferencialmente na junção do tendão com o músculo, aproximadamente 4 a 5 cm acima do osso calcâneo.

Muitos são os eventos ou fatores predisponentes às paratendinites:

• Aumento súbito na distância percorrida ou velocidade da corrida.
• Adicionar ao treinamento de rotina corridas em aclive ou subidas de escada.
• Traumatismo causado pela contração vigorosa da musculatura flexora da perna, quando acrescenta esforço adicional, como um aumento na velocidade final de um sprint.
• Overuse resultante da perda de flexibilidade na musculatura flexora do tornozelo
• Tempo de treinamento elevado
• Alterações anatômicas do pé ou tornozelo
Os sintomas da paratendinite se manifestam dentro de um padrão comum:
• Dolorimento ao toque do tendão
• Dor leve após os exercícios de corrida, que pioram gradualmente.
• Episódios de dor localizada ou difusa, algumas vezes severa, ao longo do tendão durante ou após algumas horas de corrida.
• Dolorimento matinal localizado 3 a 5 cm acima do local de inserção do tendão no calcâneo.
• Sensação de enrijecimento ou tensão que geralmente diminui após o aquecimento.
• Edema ou inchaço local.
• Dificuldades em subir escadas
• Diminuição da força de impulso durante a caminhada ou a corrida.

Outras condições severas, tais como as rupturas parciais do tendão e as bursites apresentam sintomas similares, portanto, o diagnóstico apropriado é fundamental para se programar o tratamento.

O tratamento da paratendinite depende de alguns fatores, mas freqüentemente se caracteriza por:

• Repouso modificado, o que pode significar parcial ou total interrupção da corrida ou de exercícios específicos e substituição por exercícios de menor esforço ou impacto sobre o tendão, tais como atividades aquáticas (deep-running, natação)
• Medicação antinflamatória
• Órteses tais como calcanheiras ou palmilhas, que são acessórios capazes de aliviar o estresse no tendão e promover um melhor amortecimento assim como, estabilidade.
• Bandagens especiais para restringir o movimento do tendão.
• Fisioterapia: técnicas de alongamento, métodos de analgesia (eletroterapia, crioterapia) e exercícios apropriados de fortalecimento dos grupos musculares extensores e flexores.
A prevenção da tendinite de Aquiles é ainda motivo de investigação científica, embora possamos considerar alguns pontos:
• Escolha adequada do tênis de corrida. Estes devem prover estabilidade e amortecimento adequado.
• Utilização de órteses (palmilhas) capazes de modificar a posição de apoio do pé no solo, sobretudo nos indivíduos com diagnósticos de pés planos ou cavos.
• Alongamento e fortalecimento da musculatura flexora do tornozelo.
• Aumentar a distância de corrida e velocidade gradualmente, em incrementos não maiores do que 10%.
• Evitar sprints intensos não programados ou desnecessários.
• Desaquecimento adequado após o exercício.

Atenção aos sintomas durante e após os treinamentos, procure um especialista para o diagnóstico precoce.
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